domingo, 30 de dezembro de 2007

NO PRINCÍPIO DEUS

“No princípio Deus criou os céus e a terra”.(Gn 1.1)
Pr Irland Pereira de Azevedo

Estamos para viver o início de um novo ano. Muitos viverão nos próximos dias o princípio de um novo ano letivo, o princípio de um novo curso, o princípio de uma nova carreira, o princípio de um novo emprego, o princípio de um casamento, o princípio da vida numa grande cidade.
As primeiras palavras da Bíblia soam propícias para um tempo como este.

“No princípio Deus...”

Em verdade, o que temos por princípio, por fundamental, ou anterior no tempo e no espaço, vai ditar o rumo de nossa vida.

Que é primeiro em nossa cosmovisão, ou na macrovisão do mundo?

Que é primeiro em nossa visão pessoal da vida, do tempo, das oportunidades?

Sirva nossa reflexão sobre a vida e os desafios que a ela se apresentarão no transcurso de 2008, para afirmar a nossa fé e nosso amor a Deus e fincar a âncora de nossa esperança a um tempo no trono da Graça e no mar revolto do mundo em que vivemos.
Cremos na existência e atuação de um Deus Criador e Providente, Senhor do tempo e da história. Deus que é Primeiro e Último, é Alfa e Ômega.
No princípio do universo e de nosso mundo não é uma célula primordial, nem matéria informe e desordenada, nem água, nem ar, nem substância indefinida e sem limites, como supunham, respectivamente Tales, Anaxímenes e Anaximando.
No princípio não é a matéria em movimento, nem um primeiro motor, motor imóvel, como dizia Aristóteles.
No princípio Deus, isto sim. Um Deus pessoal.Um Deus poderoso.Um Deus Criador; um Deus não apenas Arquiteto, mas Criador do nada, e criou todas as coisas com propósitos, criou em santo amor
No princípio, um Deus que faz o melhor, e realiza a excelência – “E era tudo muito bom”, foi o mundo que Deus viu após a obra da criação.
No princípio, Um Deus trino: Deus Pai, Filho e Espírito Santo, Trindade na Criação. O Pai emprega o Verbo, e o Espírito se move na face do abismo.
No princípio, um Deus que tem propósito de amor para o ser humano criado à Sua imagem e semelhança. Disse Ele, no concerto da Deidade: “Façamos o homem à nossa imagem e conforme a nossa semelhança”.
Tomemos uma resolução logo no comecinho mesmo deste novo ano: Deus será primeiro em nossa vida.
“No princípio Deus”, ao adentrar as portas de um ano novo.


“No princípio Deus”, na carreira a iniciar ou prosseguir.

“No princípio Deus”, no curso a iniciar ou prosseguir.

“No princípio Deus”, no casamento e na família.

“No princípio Deus”, no propósito de fazer o melhor, como co-criadores e parceiros na atuação no mundo

“No princípio Deus”, no viver de cada dia

“No princípio Deus”, como o valor matricial e iluminador de todos os valores de minha vida.

sábado, 22 de dezembro de 2007

O abraço do Natal!

A propósito de abraço e abraçar tenho lido muitas coisas interessantes, inclusive na internet.

Há os que acreditam que abraçar seja uma ótima terapia contra a tristeza e a depressão, pois o abraço é muito mais do que um simples "apertão" de braços. No momento em que afetuosamente abraçamos uma pessoa, a ela transmitimos emoções como o amor, o apreço e a paz. Abraçar é saudável, ajuda o sistema imunológico e pode ajudar no combate da depressão. Reduz o estresse, induz o sono, revigora, rejuvenesce e serve de bom remédio.
Sabemos por experiência própria da importância do abraço como expressão de carinho, simpatia e bondade. Recentemente, jovens de Brasília saíram pelas ruas da cidade a abraçar gratuitamente as pessoas, comunicando com esse gesto alegria e simpatia humana.

Pensando bem, verifico que o Natal constitui um grande abraço.
Sim. O Natal é abraço dos céus na terra: abraço de alegria, de esperança, de luz.
No Natal os céus descem, os anjos descem com bendito alvoroço para abraçar a terra sombria e triste. Em verdade, o Profeta do Natal havia predito: “E o povo que caminhava em trevas viu uma grande luz; sobre os que viviam na terra da sombra da morte (ou terra das trevas) raiou uma luz”. (Isaías 9.2 NVI). E essa profecia se cumpriu no Natal!

Natal é abraço das promessas divinas de um Salvador com seu cumprimento cabal. Foi o que descobriram os magos vindos do Oriente. A antevisão de Miquéias 5.2 cumpriu-se em Belém!

Natal é abraço de Deus no homem perdido e sem esperança.

Natal é abraço da majestade de Deus com a humildade humana. Sim, o Natal é prova de que Deus busca e honra a humildade. É só lembrar: Ele escolheu uma jovem humilde – Maria; uma cidade humilde – Belém; um lugar humilde – uma simples manjedoura, cocho em que os animais comiam. Escolheu a humildade e não a ostentação para revelar Seu Amor Maior.

Natal é abraço da divindade com a humanidade – “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós”, diz o Evangelho. (João 1.14).

Em verdade, Jesus é o próprio abraço do Natal: nele, Deus e o homem se abraçam, definitivamente, para garantia de nossa eterna redenção.
Portanto, meu amigo: receba um Abraço neste Natal! Abraço meu e, sobretudo, um Abraço de Deus, através de Seu Filho, nosso Salvador!

Pr. Irland Pereira de Azevedo.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Amazônia, uma grande preocupação!

Desde minha juventude, e às voltas com os livros escolares, preocupa-me a Amazônia brasileira.
Há mais de trinta anos, ouvia notícias da presença de exploração indevida de suas florestas, de suas riquezas minerais, de sua biodiversidade, por brasileiros ambiciosos e grupos e empresas estrangeiros que até aeroportos clandestinos construíam e mantinham no coração da selva, para de lá, consta, retirar nossas riquezas.
Ouvia, por exemplo, de áreas inacessíveis a brasileiros e em que só se permitia a entrada de estrangeiros e indígenas.
Quantos planos de ocupação e defesa da Amazônia brasileira já foram discutidos, nas esferas de Governo e em ambientes acadêmicos! Parece, entretanto, que pouco se fez de concreto e realmente relevante.
A verdade nua e crua é que nossas fronteiras estão desprotegidas, as florestas continuam sendo exploradas de forma predatória, plantas e espécies animais são levadas para o Exterior e muitos dos produtos oriundos da Amazônia lá fora já são patenteados! Por outro lado, cria-se e enfatiza-se o conceito de nações indígenas, a fragilizar ou quebrar o de brasilidade ou de nação brasileira. E mais: consta que livros de geografia nas em escolas dos EUA apontam a Amazônia como região internacionalizada, e, desse modo, não mais pertencente ao território brasileiro.
As questões que aqui suscito, são as seguintes:
Que o Governo brasileiro tem a dizer sobre essa realidade?
Que o Ministério da Defesa, a comandar as três forças de terra, mar e ar, tem a informar sobre tema tão grave e de tão relevante interesse nacional?
Que posição assume o Congresso Nacional, em face dessa realidade inquietante?
Que diz o Ministério de Relações Exteriores a respeito das pretensões internacionais à Amazônia?
Ora, é geopoliticamente imperativa e urgente a ocupação da Amazônia. Não a ocupação dela por bandidos, homens e mulheres preocupados com a riqueza, com a fortuna pessoal e não com o bem comum, da nação e do mundo. Ocupação, sim, das fronteiras do Brasil, das hidrovias, dos espaços estratégicos, com bem elaborados planos de desenvolvimento sustentável.
Vêm-me à memória, para encerrar esta reflexão, duas palavras preciosas e oportunas, uma da Bíblia e outra de notável político brasileiro.
A primeira, de Deus a Josué: “Todo o lugar onde vocês puserem os pés será de vocês”. Dt 11.24 a.
E a segunda, de estadista mineiro já falecido:
“Se Deus nos deu um país tão grande, não é nossa inépcia ou negligência que hão de fazê-lo pequeno!”
Deus ilumine nossos governantes neste momento grave da história para que cuidem com diligência e efetividade de nossa Amazônia!

terça-feira, 20 de novembro de 2007

A LIÇÃO DO OURIVES

Faz algum tempo recebi pela internet, sem indicação de procedência ou autoria, um belo texto que resolvi guardar.
Relendo-o, senti desejo de editá-lo, dar-lhe melhor apresentação e postá-lo neste blog. O que desejo, ao fazê-lo, é que a leitura do texto abençoe e conforte todo leitor que eventualmente estiver nas mãos do divino Ourives, num tempo de refinamento.
Boa leitura.

A PRATA
Certo dia, um grupo de mulheres estudava o livro de Malaquias quando chegou ao capítulo 3, versículo 3, que diz:"Ele assentar-se-á como fundidor e purificador da prata (...)" Essa declaração intrigou as mulheres que se perguntaram o significado dessas palavras em relação ao caráter e à natureza de Deus. Foi quando uma delas se ofereceu para tentar descobrir como ocorria o processo de refinação da prata e, depois, voltar e contar ao grupo, na próxima reunião do estudo bíblico.

Naquela semana, a mulher ligou para um ourives e marcou com ele dia e hora para assistir ao seu trabalho. Não lhe explicou a razão de seu interesse. Seria apenas curiosidade sobre o processo de purificação da prata, metal tão precioso. No dia aprazado, enquanto ela o observava, o ourives mantinha um pedaço de prata sobre o fogo e o deixava aquecer. Explicou para ela que no processo de refinamento devia-se manter a prata no meio do fogo, onde as chamas eram mais quentes, a fim de se queimarem todas as impurezas do metal. Enquanto via aquilo, a mulher ficou a pensar em Deus a manter-nos num lugar tão quente assim. E refletiu novamente sobre as palavras "ele (Deus) se assenta como um fundidor e purificador da prata". Intrigada, perguntou ao ourives se de fato era necessário que ele se sentasse o tempo todo defronte ao fogo,enquanto ocorresse o processo de refino.Ele respondeu que sim, e que não apenas tinha de sentar-se lá, segurando a prata, mas também devia manter os olhos firmes nela o tempo todo em que a peça estivesse no meio das chamas. Se a prata fosse deixada sobre o fogo além do tempo necessário, mesmo por um breve instante, acabaria destruída. A mulher silenciou e, finalmente,perguntou ao ourives:"Como o senhor sabe quando a prata está completamente refinada?" Ele sorriu e respondeu: "Oh, é fácil: quando eu vejo a minha imagem nela".

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

CUIDADO COM LEITE ADULTERADO!

“...desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que, por ele, vades crescendo, se é que já provastes que o Senhor é benigno”. (1Pe 2.2,3 SBB Ed. Revista e Corrigida).

O rumoroso caso de leite adulterado ou acrescido de substâncias havidas como prejudiciais à saúde, que jornais e emissoras de rádio e de tv divulgaram há alguns dias, levou-me à Bíblia e a uma recomendação importante para os nossos dias.Encontra-se em 1 Pedro 2.2,3.

O Apóstolo Pedro está dizendo a seus leitores de ontem e hoje que se abstenham de toda sorte de malícia ou maldade, de engano, hipocrisia, inveja e toda maledicência, e desejem de coração o leite da Palavra de Deus, descrito como puro, racional ou espiritual, não aguado ou adulterado, pois só com leite assim é possível e verdadeiro crescimento.

O leitor já reparou que leite falsificado ou adulterado se confunde com o verdadeiro e genuíno? Ambos são brancos, têm a mesma origem, estão disponíveis e se oferecem à nossa escolha. O leite falsificado é leite; mas não é só leite: é leite e mais alguma coisa!

Quando eram vendidos em saquinhos plásticos os chamados leite tipo B e tipo C, costumava eu dizer, brincando, que a diferença entre eles consistia apenas em que o leite B era leite com água e o leite C, água com leite! Talvez fosse o leite de tipo A o único genuíno e confiável.

Pois bem. Passemos para outro plano.

Que está ocorrendo no cenário do mundo espiritual e moral? Algo semelhante ao que acontece nos supermercados. Nas prateleiras dos mercados do espírito e da fé se oferecem religiões, teologias e filosofias como verdadeiras e capazes de merecer inteira confiança e satisfazer as necessidades humanas mais profundas. E de tanta eficácia de propaganda se valem que milhares e até milhões de pessoas acabam por aceitá-las e “bebê-las”, sem dar-se conta de que constituem um pouco mais do que água ou até mesmo substâncias prejudiciais e venenosa para o caráter, a alma, a vida, a família, a sociedade humana.

Em nossos dias, muitos lamentavelmente se aventuram a atuar no “mercado da fé”. E em geral fazem tudo aquilo que o Apóstolo das Gentes não fazia e condenava. Paulo não adulterava a Palavra de Deus (2Co 4.2), não torcia ou manipulava a Palavra de Deus (2Co 4.2), nem mercadejava ou vendia a varejo a Palavra de Deus (2Co 2.17). Esses aventureiros, repito, adulteram a Bíblia e a mensagem cristã, torcem, manipulam e mercadejam as Escrituras Sagradas, não atentando, ao expô-las para as regras mais elementares de hermenêutica e exegese bíblica.

Bíblia adulterada, Bíblia torcida, porções isoladas da Bíblia interpretadas a bel-prazer de seus usuários e mestres despreparados constituem “leite” adulterado, leite falsificado. Com soda cáustica, água oxigenada ou coisa pior.

Diante dessa realidade, é mister que testemos com critérios da própria Bíblia – Palavra de Deus - todo “leite” de filosofia, religião, teologia ou ética, oferecido nos empórios da academia ou das igrejas, e verifiquemos se ele possui os nutrientes que promete e de que carecemos.

Por exemplo, perguntemos, diante de cada “litro” desses “leites” que se insinuam como verdadeiros e integrais:
De quê Deus trata a doutrina oferecida com aparência de verdade?
Qual é sua concepção do ser humano, sua origem, natureza e destino?
Qual é sua concepção de mundo e de história, ou seja, qual é sua mundivisão e compreensão da história humana?
Que apresenta em relação ao futuro do mundo e do ser humano?
Que valores permanentes contém, para a formação e sustentação da família?
A doutrina ou religião que se apresenta com aparência de leite puro tem os fundamentos bíblicos em que se baseia a fé cristã, tais como ofereceu a reflexão postada neste blog, intitulada Afirmações de nossa Fé?

Portanto, caro leitor, não se deixe envenenar ou intoxicar com religiões e filosofias que não apresentam firme fundamento na Bíblia. Esta é comprovadamente “lâmpada para os nossos pés e luz para o nosso caminho” (Salmos 119.105).

Alimente-se com leite genuíno, puro, verdadeiro e cresça na fé, na graça e no conhecimento de Deus!

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

AFIRMAÇÕES DE NOSSA FÉ

Este 31 de outubro de 2007 assinala o 490º aniversário da chamada Reforma Protestante. Foi nesta data, em 1517, que Martinho Lutero (1483-1546) afixou na porta da capela de do Castelo de Wittenberg as noventa e cinco teses ou proposições com que exprobrava os desmandos da Igreja dominante e especialmente a venda de indulgências plenárias, apregoada por Tetzel.

Iniciada por líderes e mártires como João Huss (1373-1415) e João Wycliffe (c.1329-1384), deflagrada por Lutero e seguida por Melanchthon (1497-1560), Zuínglio (1484-1531) e Calvino (1509-1564) e outros homens de Deus, a Reforma constituiu oportunidade para afirmar a fé cristã, tanto mais fiel quanto mais firmada nas Santas Escrituras. Os princípios de sola Scriptura, sola fide, sola gratia e solus Christus constituem leit-motiv da fé evangélica ao longo dos séculos.
É oportuno reafirmar nossa fé, em meio à incredulidade, violência e perda de rumo teológico e moral de nossos dias.
Pois bem.
Que nós cremos, como cristãos e evangélicos e, no meu caso, batistas? Ofereço ao leitor algumas afirmações de fé, com a indicação de porções bíblicas em que estão fundadas.

1. Cremos no Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. É em nome dessa bendita Trindade que fomos batizados e do Deus trino recebemos todas as bênçãos – (Mt 28.19,20; Ef 1.3-13).

2. Cremos num Deus misericordioso que nos salva por meio de Jesus Cristo, e só Dele – (1Tm 2.3-6).

3. Cremos que Jesus Cristo é o único mediador (solus Christus) entre Deus e os homens, os homens e Deus. Nem a mãe de Jesus, nem os apóstolos, nem seus ministros podem construir a ponte entre o homem e Deus. Só Jesus Cristo-Homem é o Mediador. (At 4.12; Jo 14.6; 1Tm 2.3-6). Temos livre acesso a Deus, por meio de Cristo, sem carecer de sacerdócio ou santos que nos aproximem do Eterno.

4. Cremos que a salvação é somente pela graça (sola gratia), sem os méritos humanos. Ela começa no ato de fé em Cristo, mediante a qual somos perdoados e declarados justos, porque revestidos da justiça de Cristo. O Espírito Santo passa a habitar em nós, concedendo-nos poder, dons e capacitação para servir. Ele nos santifica e produz em nós o fruto do Espírito, que é o caráter de Jesus Cristo. A salvação chegará à sua consumação, com nossa glorificação depois de sua volta gloriosa de nosso Salvador e Senhor. Nós nos preparamos para a 2ª Vinda de Jesus. (Ef 2.8,9; Rm 5.1,2; Ef 1.13,14; At 1.8; Gl 5.22, 23; At 1.9-11; Rm 8.16,17).

5. Reafirmamos crer que a salvação é somente pela fé (sola fide), em Jesus Cristo, mediante nosso arrependimento – (Ef 2.8; Mc 1.15).

6. Cremos que só as Escrituras constituem o registro fidedigno da revelação de Deus e única autoridade em matéria de fé e conduta (sola Scriptura) – (2Tm 3.16,17; 2Pe 1.19-21).

7. Cremos na igreja uma, santa e apostólica, como instituída por Jesus e da qual ele é o Cabeça único e insubstituível. Jesus é o Senhor dela, pois a comprou com seu próprio sangue – (Mt 16.18; Cl 1.16-20; At 20.28).

Num tempo como este, vale lembrar as palavras atribuídas a Voetius: Ecclesia Reformata semper Reformanda est. Isto é, a Igreja Reformada sempre sendo reformada, sempre submetida à reforma. Reforma não em decorrência ou imposição de modismos humanos, mas, sim, operada pelo próprio Deus. Reforma resultante de retorno decidido e corajoso às origens e fundamentos da Igreja em Jesus Cristo, único Senhor, e nas Escrituras Sagradas, nossa única regra de fé e conduta.
Parabéns à comunidade cristã e evangélica, do Brasil e de todo o mundo!

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

CARTA AOS SENADORES A RESPEITO DO PLC 122/2006

Ao saber que estaria na pauta das votações o Projeto de Lei Complementar 122/2006 que dispõe sobre condutas havidas como de discriminação dos homossexuais, escrevi carta pessoal aos senadores Aloísio Mercadante, Álvaro Dias, Cristovam Buarque, Delcidio Amaral, Eduardo Suplicy, Francisco Dornelles, Jarbas Vasconcelos, Jeferson Peres, José Sarney, Magno Malta, Marcelo Crivella, Marco Maciel, Pedro Simon, Romeu Tuma, Tasso Jereissati e Tião Viana, com o seguinte teor:

São Paulo, 23 de outubro de 2007

Excelentíssimo Senhor Senador:

Venho à presença de Vossa Excelência para informar que tenho acompanhado com atenção o cumprimento de seu mandato no Senado da República, sempre buscando o bem de nossa nação.

Sou cidadão brasileiro, adulto e responsável, professor e pastor há quase 50 anos, Presidente Emérito da Convenção Batista Brasileira, entidade a que presidi cinco vezes e que reúne uma comunidade de mais de dois milhões de brasileiros, somados os membros das igrejas e seus familiares não batizados, sou pai, avô e bisavô, e quero defender as liberdades fundamentais, o que desejo para mim, meus descendentes e meus concidadãos, do Brasil, de seu povo e suas instituições.

Dirijo-me a Vossa Excelência para manifestar minha imensa preocupação com o PLC 122/06, que tramita nessa Casa do Congresso Nacional, pois a norma que propõe não atende, como creio, condições mínimas de manter a paz e a boa ordem da sociedade brasileira, e pode criar, se aprovada, violência aos princípios básicos de liberdade de consciência, de liberdade de expressão e de liberdade religiosa.

Como negar, Excelência, o direito de um empregador manter em seus quadros de funcionários pessoas que tenham determinado perfil? Por exemplo, não fumantes, não inveterados no uso de bebida alcoólica ou homossexuais praticantes?

Como negar, Excelência, ao ministro religioso, seja sacerdote católico ou pastor evangélico, o direito e a liberdade de desde seus púlpitos e cátedras pregar e ensinar o amor de Deus a todas as pessoas, inclusive os homossexuais, mas também o plano e a vontade de Deus, à luz da Sagrada Escritura? Trata-se de questão ética e não de preconceito, de compromisso com Deus e não de discriminação.
Respeito, Excelência, a liberdade de alguém fumar, beber, prostituir-se ou entregar-se à prática homossexual, mas não sou obrigado a aprovar sua conduta. Nosso corpo – é o que a Bíblia ensina e nós cremos, pregamos e ensinamos – é templo do Espírito Santo, que não devemos poluir, aviltar ou mesmo destruir em decorrência do vício seja de drogas, de álcool, do fumo ou de uma sexualidade praticada de modo contrário aos propósitos de Deus.

Tenho compaixão, porque movido pela graça de Deus, de todas as pessoas que se desviam do plano Dele, mas prego há quase 50 anos um evangelho capaz de transformar, de libertar, de produzir uma nova criatura. E tenho visto milhares de vidas libertadas pelo poder do Evangelho de Jesus Cristo.
“Quem está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram, eis que tudo se fez novo”.

Portanto, conclamo Vossa Excelência a votar contra o PLC 122/06.

Humildemente, informo a Vossa Excelência que se for aprovado esse Projeto de Lei, não mudarei minha posição ou negarei meu compromisso pastoral, e continuarei a pregar a verdade bíblica onde for convidado a proclamá-la, mesmo com risco de minha liberdade e até de minha vida.

Respeitosamente,

Irland Pereira de Azevedo

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Salve o Médico!

Dezoito de outubro é o Dia do Médico, ocasião especial para lembrar e homenagear uma categoria profissional tão importante para grandes e pequenos, homens e mulheres, idosos e crianças.
Com efeito, conscientes ou não disso, os médicos são pessoas que Deus provê e envia para abençoar os que sofrem, na medida em que utilizam ciência e recursos técnicos para cuidar de seus pacientes.
Creio que o médico não é só um profissional. É indivíduo, homem ou mulher, vocacionado por Deus e detentor de um mandato da sociedade humana, com a missão de ajudar a manter o dom da vida, trazer equilíbrio e beleza à existência humana, promover o bem estar e produzir alegria, pois saúde é alegria.
Em minha experiência de vida, tenho precisado de médicos e já fui atendido por homens cujas mãos trouxeram alívio, segurança e esperança , em momentos de sofrimento, desconforto e inquietação.
Vim ao mundo amparado por mãos de um médico dedicado: o Dr. Antônio Garchet, lá no município de S. Fidélis, RJ, há mais de 73 anos. Depois de viajar a cavalo por mais de três horas, ele chegou em nossa casa humilde para aliviar o sofrimento de minha mãe e me fazer nascer.
Verifico, entretanto, que só com o avançar dos anos vimos a conhecer mais profissionais de medicina, de especialidades diversas, como, por exemplo, o obstetra e pediatra, no começo da vida e o geriatra, na idade avançada. E então aprendemos a valorizar o trabalho relevante e precioso que realizam.
Se por um lado a enfermidade traz fragilidade e dependência, por outro ela aguça as antenas da sensibilidade e as intuições mais profundas do ser humano.
Abatidos, discernimos as pessoas que cuidam de nós com profundo interesse humano e as que de nós se acercam como se fôssemos mero objeto de observação ou experimentação terapêutica. Então nos sentimos gente e gente importante, ou meros seres a padecer num leito de dor.
Enfermos, nos limites da vida e do conforto humano, descobrimos que o médico é como pai ou mãe, irmão ou irmã, filho ou filha, amigo ou amiga que gostaríamos de ter por perto, solícito em socorrer-nos e aliviar-nos da dor ou desconforto.
O médico é ao mesmo tempo e por isso, ainda que não se dê conta, representante de Deus, a socorrer-nos e ajudar-nos nas enfermidades e sofrimentos pessoais ou de nossa família, e um dos nossos parentes mais chegados, junto de nós.
Por tudo isso, quero homenagear e agradecer nossos médicos, solícitos e competentes. Saibam que estão guardados do lado esquerdo de nosso peito! E por sua vida e desempenho profissional louvamos a Deus, neste seu Dia!
Diz aforisma em inglês que “o amigo na necessidade é amigo de verdade”. (A friend in need is a friend indeed). Obrigado, portanto, amigos!
Deus, Senhor da vida e da ciência, abençoe todos os médicos, em todos os lugares, nos maiores ou menores centros de medicina, e em todas as áreas de sua especialidade e atuação, fazendo prosperar diariamente o labor diligente de sua inteligência e de suas mãos.
SALVE O DIA DO MÉDICO!

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Dia da Criança

Gosto de crianças. E sinto que elas gostam de mim.

Quero por isso abraçar, beijar e abençoar, além de minhas bisnetas Deborah, Rebecca e Rachel, todas as crianças, neste seu dia, cumprimentando seus pais biológicos ou do coração, e a eles lembrando as necessidades de seus filhos. Adverte o Livro de Deus: “Pais, não irritem seus filhos, antes criem-nos segundo a instrução e o conselho do Senhor”. (Ef 6.4).
Que a criança precisa? Que sua criança precisa?

Criança precisa de ambiente familiar, amigo e acolhedor.

Criança precisa de educação para a vida e o convívio na sociedade humana.

Criança precisa de educação moral e espiritual, em que assimile valores necessários à boa formação de seu caráter.

Criança precisa de disciplina, portanto, de limites.

Criança precisa de brincar e de relacionar-se com gente de sua idade. Não basta arranjar vídeo-games e oportunidade de atividades lúdicas, se ela ficar sozinha.

Criança precisa de carinho, do toque pessoal e amigo de seus pais e das pessoas com que se relaciona, na família e na escola. Não basta uma presença virtual.

Criança precisa de segurança, sorriso, aceitação e sentimento de pertença.

Criança precisa de modelos, de exemplos, pois aprende muito mais com os olhos que com os ouvidos, e especialmente quando se harmonizam em nós, adultos, o que dizemos com o que fazemos.
Criança precisa de Jesus. Ele diz hoje como há 2000 anos: “Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino dos Céus pertence aos que são semelhantes a elas”. (Mt 19.14).

sábado, 6 de outubro de 2007

EU PERTENÇO A JESUS - Testemunho do melhor atleta do mundo.

Dezenas de milhares de atletas profissionais do mundo inteiro elegeram o brasileiro Ricardo Izecson Santos Leite Data, Kaká, assim mundialmente conhecido, como o melhor atleta de futebol do mundo, em 2007. A FIFA só vai escolher o melhor atleta em dezembro.

Esse fato me fez lembrar o fim da Copa dos Campeões da Europa e o que escrevi a propósito desse grande atleta e seu gesto notável. Senti desejo aqui reproduzir o texto, com as alterações necessárias.

Impressionou-me naquele dia a conduta do jogador Kaká, ao fim da disputa da Champions League, em memorável partida realizada em Atenas, dia 23 de maio deste ano.

Enquanto outros atletas do Milan corriam e celebravam o notável triunfo sobre o Liverpool, da Inglaterra, Kaká levantou a camisa de seu time e mostrou a que estava debaixo, em que se estampavam as palavras: “I Belong to Jesus”, “Eu Pertenço a Jesus”.

Ele não se envergonhou de Seu Senhor. Ele afirmou, por outro lado, não pertencer a qualquer líder humano, mesmo o fundador e chefe de sua igreja. Ele afirmou, sim, que pertence a Jesus.

Pertence a Jesus, porque comprado por bom preço, o sangue do próprio Salvador por ele derramado no Calvário.

Pertence a Jesus, e não ao Brasil, à Itália, à torcida brasileira ou italiana, aos amantes de futebol em todo o mundo, ainda que amado e apreciado por todos.

Pertence a Jesus, e por isso sua conduta tem revelado um homem sério e digno, o que o torna respeitado e aplaudido por toda gente.

Pertence a Jesus, e por isso procura atuar com profissionalismo, dando o melhor de seu talento à excelência e integridade na vida e na busca de vitórias de seu time.

Pertence a Jesus, porque sabe que a maior felicidade humana não reside na fama, no dinheiro, no sucesso, mas no relacionamento pessoal com Jesus Cristo e na certeza da salvação garantida por Seu sacrifício redentor.

Pertence a Jesus, e por isso deseja que a Europa inteira, o mundo inteiro também pertençam a Jesus, mediante a fé pessoal nEle.

Quisera eu que todo crente, em momentos de aflição ou no alvoroço do triunfo, afirmasse sem acanhamento, sem tergiversação e a aproveitar toda oportunidade: “Eu pertenço a Jesus”.

domingo, 30 de setembro de 2007

ENVELHECENDO COM GRAÇA

Envelhecer feliz é viver a graça da jovialidade, da bondade e da simpatia. Pode ser que a beleza física já se tenha ido, nas asas da primavera. Mas lembra Emerson: “Beleza sem graça assemelha-se a vara e linha sem isca”.

Envelhecer feliz é vivenciar, cada dia, a graça da gratidão. Gratidão por palavras e gestos, por coisas grandes ou pequenas.

Envelhecer feliz é experimentar rodo dia a graça da amabilidade. Para ser amado é preciso amar.

Envelhecer feliz e com graça é demonstrar a graça da alegria. Como é importante o cultivo da alegria! Diz a Bíblia que a alegria tem valor cosmético e terapêutico. Veja: “O coração alegre aformoseia o rosto.”(Provérbios 15.13). “O coração alegre é bom remédio” (Provérbios 17.22).

Envelhecer feliz é cultivar a graça das boas lembranças as boas coisas guardadas na mente. Há de se jogar fora lembranças ruins, negativas e amargas.

Envelhecer feliz é manter a graça do bom humor e do sorriso. Disse escritor americano que “o bom humor é a mão de Deus colocada no ombro de um mundo triste”.

Envelhecer feliz é celebrar a graça do amor que distribuímos aos que nos cercam, parentes, vizinhos, amigos, pequenos e grandes.

Envelhecer feliz é praticar a graça do perdão. Perdão aos filhos, às noras, aos genros, aos netos, aos amigos bem amigos, aos amigos não tão amigos ou que nos esqueceram. É mister desejar e enxergar a bondade de Deus na vida deles todos.

Envelhecer feliz é nos sentirmos seguros e tranqüilos nos braços protetores do Senhor, transportados por Ele. Lembra-se das palavras que Deus dirigiu por meio do profeta aos idosos que se encontravam na Babilônia? Diz Deus: “Mesmo na sua velhice, quando tiverem cabelos brancos, sou eu aquele que os susterá. Eu os fiz, e eu os levarei: eu os sustentarei e eu os salvarei” (Isaías 46.4).

Envelhecer feliz é também saber que as raízes que nos sustentam, formadas em razão de nossa comunhão com Deus, possibilitam que flores e frutos sejam ainda copiosos e aproveitáveis para os amigos que vivem ao nosso redor.[1]

Portanto, vivamos com graça, e deixemos o perfume de bondade por onde passarmos, seja na família, na igreja, nos ambientes de trabalho, no consultório médico, no salão de beleza. Em toda parte.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

O SEGREDO DA SEQUÓIA!

“Veja! O inverno passou... aparecem flores na terra e chegou o tempo de cantar”. (Cantares 2.11,12 NVI)

Estamos recebendo, felizes, a Primavera, e há pouco celebramos o Dia do Meio Ambiente, antigo Dia da Árvore.
Esses fatos me remeteram a uma reflexão que escrevi vinte e oito anos atrás, precisamente no começo da primavera de 1979, e editei no Boletim Dominical da Primeira Igreja Batista em São Paulo Aqui vou reproduzi-la, mutatis mutandis.

Primavera é tempo de flores, de alegria, de verde, de vida. É ocasião propícia para pensar nas árvores e no que oferecem de lições para nossa vida.
E é sobre uma das árvores mais famosas do mundo que o convido a refletir: a sequóia.
Você sabe o que ela é?
É uma árvore pertencente ao gênero das coníferas, caracterizada por seu grande porte, atingindo de em média 75 metros de altura, tendo o seu tronco o diâmetro de cinco metros ou mais!
O mais notável dessa espécie botânica é sua longevidade, pois ela pode chegar a 1.500 ou até 2000 anos de existência!
Que explica a grandeza, a fortaleza e a longevidade das sequóias?
Ao visitar Muir Woods, em São Francisco, na Califórnia, tive a oportunidade de conhecer as sequóias e, deslumbrado, buscar informações sobre o segredo delas.
Descobri, então, que elas não apenas aprofundam raízes, crescendo bastante para baixo; as sequóias localizam-se numa região onde cai do céu uma neve ou umidade constante, que lhes alimenta as raízes e o tronco, e as torna robustas e longevas.
A sequóia é bem uma figura do que deve ser a pessoa humana e com ela acontecer.
Para que sejamos fortes, resistentes, verticais, é mister que cresçamos no aprofundamento de nossas raízes, no conhecimento de Deus, da virtude, do bem. Aliás, diz a Escritura Sagrada que quem medita na Palavra de Deus é como “árvore plantada junto a águas correntes”. (Salmos 1.3 NVI).
É necessário também que busquemos o ambiente propício ao nosso crescimento moral e espiritual; que escolhamos bem as amizades e o meio.
É evidente que a vida nos coloca em situações difíceis, de desgaste, de tribulação, de tempestade, de múltiplas provações e tentações, tornando imperativa a busca do ambiente de afinidade espiritual onde recuperemos energias e obtenhamos capacitação a uma vida reta, positiva, criadora e de integridade. As companhias e o meio exercem grande influência sobre nós. Daí a sabedoria popular repetir: “Dize-me com quem andas e dir-te-ei quem és”. O que faz coro com a declaração bíblica: “as más conversações corrompem os bons costumes”.
Raízes profundas, alimento constante, ambiente propício (com a neve do céu), eis o segredo das sequóias.
É de igual modo nosso segredo para a beleza, a fortaleza, a longevidade e a felicidade.
Seja como as sequóias!

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

2ª CARTA AO SENADOR RENAN CALHEIROS

Não obtive resposta à carta que enviei ao Senador Renan Calheiros em 12 de julho.
Acompanhei, atento, os acontecimentos relacionados com a sessão em que o Senado Federal julgou S. Excelência, absolvendo-o.
Com os anos de vida e de vivência da realidade brasileira, senti o dever de escrever, e escrevi, uma 2ª carta ao Senador das Alagoas, com cópia a alguns de seus pares. Fi-lo há uma semana, esperei pacientemente e até hoje também não obtive resposta.
Por isso, decidi publicar neste “blog” o conteúdo dessa missiva.
Faço-o, convicto de estar prestando serviço ao meu país e em paz com minha consciência.

Eis o teor da carta, ipsis verbis:

_______________________________________________________

São Paulo, 15 de setembro de 2007


Excelentíssimo Senhor
Senador Renan Calheiros
DD Presidente do Senado Federal

Senhor Senador:

É a segunda carta que envio a Vossa Excelência.

A primeira foi em 12 de julho, e nela sugeria que V. Exa abrisse mão do exercício da Presidência do Senado e permitisse ampla investigação que resultasse na comprovação de inocência, afirmada e reafirmada em suas declarações. Não obtive resposta.

Caso isso tivesse ocorrido, poderia V. Excelência agora voltar e reassumir a Presidência, sem o constrangimento que deve estar sofrendo, em face da opinião pública e do sentimento expresso por seus pares e correligionários no Senado.

Por outro lado, caso V. Excelência tivesse pedido sessão pública e votação aberta no Senado, para votação de seu processo, sua posição ter-se-ia agigantado diante do egrégio Senado Federal e da opinião pública brasileira, e quiçá internacional, inclusive deste eleitor atento aos sucessos da vida pública, sempre a desejar o bem e a prosperidade do Brasil.

Ocorrendo como foi a sessão, a portas fechadas e com voto secreto, o resultado do julgamento de seu processo no plenário do Senado constituiu, na verdade, uma vitória de Pirro. É o que escrevi hoje em meu blog. Senhor Senador: todos perdemos e sua vitória não logrou desnublar os céus da vida política no Brasil e acender em nosso coração esperança de dias melhores.

Ainda há esperança, todavia. Creio em Deus e peço novos dias para o Brasil.

Estou persuadido de que sua renúncia à Presidência do Senado poderá ainda recuperar parte da dignidade maculada ao longo desses meses de luta inglória e enorme sofrimento para V. Exa e todos nós.

Respeitosamente,

Pr. Irland Pereira de Azevedo.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

VITÓRIA DE PIRRO

Pirro de Epiro (319-272 a.C.), noroeste da Grécia, foi um aventureiro de muita coragem e espírito empreendedor que se dizia descendente de Neoptolemus. Pirro levou a cabo uma série de campanhas contra a Macedônia, e depois foi chamado a ajudar cidades gregas do sul da Itália e Sicília na luta contra o poder de Roma que se expandia.
Em 279 ele derrotou os romanos em Asculum, Apulia, porém com perdas tão pesadas em seu próprio exército que a expressão “vitória de Pirro” passou a ser proverbial, para referir a pessoa que alcança uma vitória a um custo muito elevado. Interessante que quatro anos depois de seu feito, Pirro foi forçado a deixar a Itália e a voltar à Grécia onde morreu em Argos, num combate de rua.
Pois bem. Ao conhecer a decisão do Senado Federal, absolvendo o Senador Renan Calheiros, em sessão secreta e votação secreta, com 40 votos a seu favor, 35 contrários e 6 abstenções, a sensação que me assomou, em relação ao Presidente do Senado, foi de uma vitória de Pirro.
Sim. As perdas sofridas foram muito maiores do que os ganhos, com essa histórica e formidável decisão do Senado.
Perdeu o Senador, por sua atitude pirrônica (palavra que minha mãe usava quando queria dizer que eu era teimoso ou obstinado), autoridade para o exercício de seu cargo e cumprimento de seu mandato como representante do estado de Alagoas. Ele tem, de certo, autoridade legal para presidir e atuar como senador, mas lhe falece autoridade moral para continuar em seu cargo e suas funções.
Perdeu o Senado, que se acovardou a declarar falto de decoro parlamentar o seu Presidente, fazendo crescer de maneira vertiginosa seu descrédito perante a opinião pública.
Perdeu o povo brasileiro a oportunidade de ver punido quem não soube honrar devidamente seu cargo e seu mandato. À luz dos fatos que lhe foram trazidos ao conhecimento, o povo esperava uma decisão exemplar da Câmara Alta do Congresso Nacional.
Perdeu toda a classe política, ainda mais, a confiança e o apreço da Nação que vê impunes os que têm sido acusados, com evidências incontrovertíveis, de desonestidade e malversação dos recursos do povo brasileiro. Sim, se houvesse um aparelho de precisão para medir o prestígio de nossos políticos – digamos, um “prestigiômetro”- com certeza estaria lá em baixo, na escala, a confiança de nossa gente nos políticos do Brasil.
Sim. O triunfo do Senador Renan Calheiros constitue uma “vitória de Pirro”. Na verdade, todos perdemos!
Ainda bem que temos um Supremo Tribunal Federal que parece disposto a pôr cobro à má conduta de quarenta políticos cujos processos acolheu e vai julgar.
Deus tenha misericórdia do Brasil e levante novos políticos, de boa cepa moral e espiritual, para somar-se àqueles poucos que vêm honrando os mandatos que receberam do eleitorado brasileiro.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Onze de Setembro 2001 - Seis anos depois

Amigos:
Recebi hoje à tardinha o texto de David Gushee, professor de Ética Cristã na Mercer University, a propósito do 11 de Setembro cujo 6º aniversário com tristeza foi hoje lembrado.
Por isso, e pela seriedade do texto, quero compartilhá-lo com os leitores em meu blog. Suas idéias merecem ser repensadas neste 11 de setembro. Irland.
11 SET 2007 – Tradução: Opinião - David Gushee - 9/11

Esta coluna é publicada no sexto aniversário dos impensáveis ataques de 11 de setembro aos Estados Unidos. Esses ataques foram os mais hediondos atos terroristas já concebidos neste país. Estaremos por um bom tempo pranteando nossas perdas, especialmente as famílias que perderam seus entes queridos. Todos nós deveríamos inclinar nossas cabeças hoje em contrição e solidariedade com aqueles que mais sofrem esse luto.

Mas existe outra razão para inclinarmos nossas cabeças hoje. Até agora parece claro que nossa reação, como nação, a esses ataques tem causado mais mal do que bem. Precisamos ser capazes de conversar racionalmente sobre isso, ainda que em luto, constante ira e temor. Minhas críticas não são dirigidas unicamente à administração de Bush. Outras instâncias administrativas têm falhado. Nossa nação como “um todo” tem falhado. O problema é cultural, não apenas questão de regras ou de política. Cristãos e líderes de igrejas têm muito a responder. Seis anos após 11 de setembro nossa nação é menos segura, menos poderosa, menos livre, menos respeitada, menos democrática, menos constitucional e menos confiável do que éramos naquela manhã ensolarada, clara e terrível.

Nossa nação está menos segura, em parte, porque nossas forças armadas se meteram num pântano numa situação difícil no Iraque, em guerra que jamais devia ter começado, e que até o momento já custou a vida de mais de 3.700 soldados e 450 bilhões de dólares. Nossas tropas estão exauridas pelas várias incursões e missões em terreno hostil, nosso equipamento está desgastado, e nossas forças armadas estão extremamente indisponíveis para qualquer outro propósito fora do Oriente Médio. Recursos humanos e financeiros que poderiam e deveriam ser usados para encontrar Osama Bin Laden e proteger os Estados Unidos seriamente contra outros ataques como os de 11 de setembro (sem mencionar prioridades internas), estão erroneamente sendo desperdiçados no Iraque.

Nossa nação está menos poderosa por conta de nossa fraqueza militar, declínio de nossa posição econômica e perda do respeito internacional. Em muitas partes do mundo somos vistos como maior ameaça à paz, mas do que o próprio Osama. Nossa decisão de ir à guerra no Iraque sem bases adequadas e ao arrepio da opinião pública internacional feriu grandemente nossa posição global. Desse modo, quando empreendemos a guerra, as conseqüências não foram trágicas somente para nossas tropas mas também para o povo iraquiano, tornando o problema ainda pior. Nós nos enfiamos no país dos outros, rompemos sua ordem social ao custo de 70.000 vidas iraquianas até agora. Nunca pedimos desculpas por isso ou por fazê-lo da forma que fizemos.
Os centros de tortura no Iraque, Afeganistão e em diversas outro lugares danificaram nossa posição moral, especialmente no mundo árabe. Longe de ser produto de algumas maçã podres, agora está claramente documentado que o que acontece em lugares como Abu Ghraib (local da tortura) resulta em grande parte de decisões políticas governamentais que percorreram toda a cadeia de comando. Muitos atos têm sido oficialmente ou extra-oficialmente repudiados publicamente quando expostos, mas a CIA permanece autorizada a conduzir “interrogatórios não ortodoxos” e nunca foi totalmente relatado o alcance ou objetivo desses interrogatórios ilícitos nos últimos seis anos.
A vigilância oficial e as buscas entre os cidadãos norte-americanos em nosso próprio solo cresceram de tal maneira que nem conseguimos compreender. A vigilância eletrônica e buscas diretas expandiram por decisão do poder executivo do país. Os esforços para compreender o que está acontecendo deixa solitário o debate sobre como devam ser as práticas legais, debates estes que são constantemente obstruídos pelo recurso constante do “segredo de justiça” ou “segurança nacional”, à discrição do próprio governo.
A Baía de Guantamo mantém presos centenas de estrangeiros indefinidamente e sem julgamento. O Congresso ano passado, juntamente com o Military Commissions Act negou qualquer direito de habeas corpus para os que lá se encontram presos. Em essência, nosso governo está livre para trancafiar pessoas em qualquer lugar no mundo e prendê-las indefinidamente, nessa “região franca de lei”. As provisões legais inventadas para julgar tais pessoas, quando vier o momento, são incapazes de prover as devidas proteções legais existentes em nossa Constituição.O poder legislativo tem falhado de forma completa ao vigiar os piores excessos do executivo. O judiciário tem agido de alguma forma melhor, mas as rodas da justiça ainda se movimentam muito lentamente. A opinião pública tem provado ser extremamente susceptível à decepção, demagogia e alarmante fraqueza no que diz respeito ao compromisso com a democracia constitucional. Nós tomamos nossas liberdades por asseguradas, mas estamos em vias de perdê-las.

E a Igreja? Em geral, às igrejas americanas tem faltado independência política, discernimento, e coragem de ao menos entender e propagar o que tem acontecido de errado. Ao contrário deixam as coisas como estão. Uma igreja “domesticada” tem sido contratada como “serva do Estado”, até o ponto de defender a tortura.Parece-me que o 11 de setembro desestruturou nossa nação e dolorosamente nos lançou num errôneo caminho. Mas as igrejas americanas detêm considerável responsabilidade por sua inabilidade em se posicionar firmemente na sólida pedra fundamental: Jesus Cristo, em meio a essa tragédia. Eis mais uma razão para inclinarmos nossas cabeças em contrição por 11 de setembro.

* David Gushee é PhD, ilustre professor de Ética Cristã na Mercer University, EUA. Fonte: ABPNews, Sep 11, 2007.

domingo, 9 de setembro de 2007

EU SOU UMA VOZ

Não, não foi Pavarotti que se definiu assim. Foi o precursor de Jesus Cristo, João, o Batizador.
Conta-nos o Evangelho que ao ser argüido sobre se ele era o Cristo ou um dos profetas, João respondeu: “Não sou o Cristo”. “Não sou Elias”. “Não sou o Profeta”. “Eu sou a voz do que clama no deserto. Façam um caminho reto para o Senhor”. (João 1.19-23).
Uma voz.
Como é importante a voz: permite-nos a comunicação com Deus e com os nossos semelhantes, habilita-nos a cantar e a abençoar as pessoas, mas pode servir para a emissão de palavras e comandos que trazem infelicidade.
Pois bem.
Neste fim de semana três vozes se calaram, para sempre:
A de D. James Kennedy, grande pastor e pregador norte-americano que vivia e atuava em Fort Lauderdale, Flórida, EUA, apaixonado pela evangelização e que propôs o método conhecido como “Evangelismo Explosivo”, pois costuma produzir notáveis e rápidos resultados na conversão de vidas. Seu método foi praticado em muitas partes do mundo e sua voz abençoou centenas de milhares de pessoas.
Calou-se a voz do malfeitor que no Rio de Janeiro comandou tráfico de drogas e a morte pavorosa de Tim Lopes, e que acabou silenciada, depois de morte semelhantemente terrível. Quantos males trouxe essa voz que ecoava pelos morros do Rio de Janeiro!
Calou-se de igual modo a belíssima voz de Luciano Pavarotti, uma das mais preciosas do mundo, que tanta beleza e emoção levou às multidões, em várias partes da terra! Acabei de ouvi-la, agora mesmo, em gravação e me comovi.
Três vozes diferentes: uma devotada à pregação do Evangelho, outra, à produção da beleza musical, de grandes canções e famosas óperas, despertando grande emoção estética; mas a outra, desperdiçada no mal, na violência, na comunicação de ameaças e morte.
Seus donos comparecem diante de Deus, Justo Juiz, para dar conta do que fizeram delas: construíram ou destruíram? Abençoaram ou amaldiçoaram? Assentiram ao dom da vida abundante que Jesus veio trazer, ou preferiram ecoar no coro do mal e da violência? Essas vozes deixaram marcas de paz, de alegria, de impulso para a beleza, a verdade e o bem, enfim, para Deus? Levaram, enfim, a um sursum corda!
E nossa voz?
Para que ela tem servido? Para expressar que sentimentos, a Deus e aos homens?
Seja a nossa voz como a do Batista: voz que abençoa, que chama ao arrependimento que revela e aponta Jesus, Caminho, Verdade e Vida, e que diz a respeito Dele: “Importa que Ele cresça e que eu diminua”.
Com esta página, minha homenagem póstuma a Luciano Pavarotti e condolências às famílias Pavarotti, Kennedy e do homem infeliz morto no Rio de Janeiro.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Dia da Pátria

Sete de Setembro é o Dia da Pátria, pois foi nessa data de 1822 que D. Pedro I proclamou a Independência do Brasil. Seu grito, à margem do riacho do Ipiranga, em São Paulo, ecoou nos céus do Brasil: “Independência ou Morte!”
Dia da Pátria. Mas que é Pátria?
Responde-o Ruy Barbosa:
"A pátria não é ninguém: são todos; e cada qual tem no seio dela o mesmo direito à idéia, à palavra, à associação”.
Siqueira Campos afirma, a propósito da Pátria:
“À Pátria tudo se deve dar; nada se deve pedir; nem mesmo compreensão”.
Orgulhosos, porque Deus nos fez nascer sob a bandeira verde-amarela e neste bendito solo brasileiro, amamos nossa Pátria e para ela desejamos paz, justiça e bem.
Orgulhosos, oramos pelo Brasil e seus governantes e oferecemos-lhe, como presentes mais valiosos, nosso trabalho, nossa dedicação e, sobretudo, o Evangelho de Jesus Cristo que traz salvação e proclama o Reino de Deus para todos os brasileiros.
Sim. Desejamos ver nossos concidadãos libertos dos vícios de toda ordem, da violência, da corrupção de costumes e na vida pública.
Evidência de compromisso como cristãos, cidadãos desta Pátria, é que cantamos em nossas igrejas a canção MINHA PÁTRIA PARA CRISTO cuja letra assim diz:

“Minha Pátria para Cristo é a minha petição.
Minha Pátria, tão querida, eu te dei meu coração.
Lar prezado, lar formoso, é por ti o meu amor.
Que o meu Deus de excelsa graça te dispense seu favor.

Estribilho:
Salve Deus a minha Pátria, minha Pátria varonil.
Salve Deus a minha terra, salve a terra do Brasil.

Quero, pois, com alegria, ver meu povo tão gentil
Aceitando o evangelho nesta terra do Brasil.
“Brava gente brasileira, longe vá temor servil”
Ou ficar a Pátria salva, ou morrer pelo Brasil. (HCC 603).

Recordando D. Pedro I, em palavras proferidas em 07/09/1822, porém modificando a parte final de seu juramento, cada um de nós neste dia possa dizer:
“Pelo meu sangue, pela minha honra, pelo meu Deus, juro dedicar minha vida à evangelização do Brasil”.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

É Preciso Participar


“Não basta ser pai; é preciso participar.”

Essa frase constitui um lugar comum, e freqüentemente é utilizada para propaganda comercial.
Mas o que é participar? Esse verbo tem diversas acepções, pode ser informar, comunicar ou ter, tomar parte.
Mas quando dizemos que “para ser pai é preciso participar” podemos entender um pouco sobre a paternidade responsável, do ser pai, segundo a Palavra de Deus.

Ser pai é comunicar vida, mas também conhecimento. Com a capacidade co-criadora que o Senhor nos concedeu, geramos filhos, comunicamos-lhes vida física, mas nosso mandato como pais é de lhes transmitirmos vida moral e espiritual, pela palavra e pelo exemplo. Dt 6.5-7 diz: “Ame o SENHOR, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas forças. Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração. Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar”.

Ser pai é participar, mostrando o caminho. Salomão, o Sábio, lembra a todo pai: “Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles”.(Pv 22.6 NVI).

Ser pai é tomar parte na vida e no desenvolvimento dos filhos. Quantas vezes o pai se envolve com o trabalho, a carreira, os estudos, a vida social e não acompanha o crescimento, o desenvolvimento e os progressos de seus filhos, e de repente os vê adultos, sem que aproveitasse o privilégio de estar com eles, e verificar seu desenvolvimento escolar, a formação de suas amizades, o estruturar de seus valores.
Esse alheamento ou omissão do pai será danoso aos filhos por toda a vida deles. Jesus dá-nos exemplo precioso: “... chamando uma criança, colocou-a no meio deles, e disse: Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus. Quem recebe uma destas crianças em meu nome, está me recebendo...”(Mt 18.2-5).

Ser pai é transmitir carinho e cuidado, inclusive mediante o toque pessoal. Jesus fez isso em relação às crianças cujos pais as encaminharam a Ele. Conta o evangelho que “trouxeram crianças a Jesus para que lhes impusesse as mãos e orasse por elas. Mas os discípulos os repreendiam. Então disse Jesus: <>. Depois de lhes impor as mãos, partiu dali”. (Mt 19.13,14 NVI).

Ser pai é participar do modelo divino de paternidade, e ser paradigma para seus filhos. Diz Paulo aos efésios: “Portanto, sejam imitadores de Deus como filhos amados, e vivam em amor, como também Cristo nos amou e se entregou por todos nós como oferta e sacrifício de aroma agradável a Deus”. (Ef 5.1,2).
Querendo ou não, os passos do pai são seguidos pelos filhos.
As novas gerações precisam de modelos, de paradigmas, e os pais devem constituir tais paradigmas, como Deus é o paradigma de todos nós, pais.
Deus abençoe todos os neste seu dia!

domingo, 15 de julho de 2007

Carta ao Senador Renan Calheiros

São Paulo, 12 de julho de 2007

Excelentíssimo Senhor, Senador Renan Calheiros
DD Presidente do Senado Federal

Quero manifestar a V. Excelência meu grande respeito às instituições e autoridades de nosso País, razão por que envio o presente apelo.
Como Presidente Emérito da Convenção Batista Brasileira, entidade de que fui efetivo presidente cinco vezes nos últimos 20 anos, e Pastor Batista há quase quarenta e sete anos, posso informar a V. Excelência que adotamos como praxe, como questão ética indiscutível, o afastamento do exercício do cargo para livre apuração de fatos, sempre que um presidente recebe uma grave acusação. O presidente, seja da igreja local, seja de uma convenção na esfera estadual ou nacional, afasta-se do exercício da presidência, um dos vice-presidentes assume, é feita a investigação; provada a inocência do presidente, ele reassume suas funções. Caso contrário, ele renuncia ou é exonerado.
Ora, Senhor Presidente, se V. Excelência afirma categoricamente ser inocente das acusações que lhe fazem, deve tranqüilamente e com dignidade afastar-se do exercício de seu cargo e permitir a apuração dos fatos alegados, garantindo-se-lhe, fora da presidência, todo o direito de defesa.
Admira-me que o Regimento Interno do Senado não tenha dispositivo, disciplinando esse procedimento.
O Brasil precisa de paz, suas instituições precisam de ordem, sua vida socioeconômica precisa progresso, sua juventude precisa de exemplos de homens de bem, e é mister que se restaure a credibilidade das instituições democráticas e dos políticos.
Vossa Excelência pode contribuir decididamente para o bem do Brasil.
Respeitosamente,

Irland Pereira de Azevedo